Picanço-barreteiro

O picanço-barreteiro (Lanius senator) é uma ave da ordem dos Passeriformes. Possui 18 centímetros de comprimento e ambos os sexos apresentam cor clara na região do ventre. A garganta é branca e a coroa e a nuca são castanho-arruivado. Já a fronte é preta, prolongando-se até às coberturar-auriculares e até aos olhos, fazendo com que a ave pareça ter uma espécie de máscara. As suas costas são igualmente negras nos machos, mas nas fêmeas são ligeiramente mais claras. As esapulares são brancas e as penas são, tal como a fronte, negras. A cauda é preta com uma borda branca bem como as coberturas supra-caudais e o uropígio. A fêmea apresenta cores semelhantes mas pouco vistosas. 

O picanço-barreteiro é uma espécie migradora, cuja distribuição durante a época reprodutora se encontra restrita ao Sudoeste do Paleárctico. Distribui-se por toda a região mediterrânica e na Europa é sobretudo uma espécie de países mediterrânicos, onde se encontra o nosso país. Em Portugal esta espécie encontra-se principalmente nas regiões do Sul, podendo ser encontrado pontualmente no Norte ou Centro. No Alentejo, pode ser visto na zona de Castro Verde, Mértola, junto à albufeira de Alqueva e no triângulo Moura, Mourão e Barrancos.

Globalmente, esta ave não se encontra em vias de extinção, porém, em Portugal o picanço-barreteiro encontra-se em vias de extinção, principalmente devido à alteração de paisagens que constituíam um importante refúgio para a espécie. Esta alteração de paisagem tem como causa a modernização da agricultura no nosso país.

Em Portugal, esta espécie encontra-se associado a habitats mediterrânicos. Os seus biótopos preferidos são os bosques abertos. Frequentemente, usa os fios e os postes telefónicos ou eléctricos como locais privilegiados de observação do seu território.
Os picanços são pequenos predadores cuja alimentação é feita à base de insectos, particularmente escaravelhos e gafanhotos. Pode consumir outras espécies de invertebrados, porém com uma menor frequência.

Normalmente os dois elementos do casal chegam às zonas de nidificação na mesma altura e já emparelhados. O período de posturas inicia-se no fim de Abril e as segundas posturas começam em meados de Julho. É o macho que selecciona o local de construção do ninho, levando 4 a 6 dias a construí-lo em árvores ou arbustos. O período de incubação dura 14 a 16 dias e as posturas variam entre 4 e 8 ovos.

É uma espécie migradora que nidifica na Europa e África, invernado a Sul do deserto do Sahara mas a Norte do Equador. Em Portugal, chega aos seus territórios de nidificação entre Março e meados de Abril, partindo para os territórios de Inverno no mês de Setembro.

Esta entrada foi publicada em Aves, Espécies em vias de extinção. ligação permanente.

Deixe um comentário