Melro comum

O Melro Comum, também conhecido como Melro Preto ou simplesmente Melro, é uma ave de porte intermédio. Pertence à família dos Turdídeos. Apresentam um acentuado dimorfismo sexual, ainda que o mesmo apenas seja notório na idade adulta. Os machos são totalmente negros à excepção do bico, que é de um amarelo garrido. A fêmea é mais pálida e possui algumas manchas mais escuras ao longo de todo o corpo. Os juvenis são de uma coloração intermédia, pelo que não é possível distinguir o género. No Inverno, os bicos tendem a adoptar uma cor mais acinzentada. Atinge um máximo de trinta centímetros de altura e pesa entre oitenta e cento e vinte cinco gramas, o que pode variar de acordo com o género e com a época do ano.

Existem diversos núcleos residentes em toda a Europa, um pouco na Ásia Oriental e também no Norte de África. Em Portugal, distribui-se em grande parte do território continental, com preferência pelas vilas Alentejanas, por se tratar de uma espécie urbana. Foi introduzida na Austrália e na Nova Zelândia em meados do século XIX. Tornou-se uma praga, pois é de fácil proliferação e constitui um factor de destruição ao cultivo de leguminosas, vinhas e bagas silvestres e também ajuda à dispersão de ervas daninhas. Compete ainda com outras aves, por se tratar de uma espécie bastante territorial.

O habitat preferencial do melro são os aglomerados de árvores caducifólias e cujo solo esteja coberto de vegetação densa. Pode ser encontrado com grande quantidade nas vilas e cidades. Os campos de cultivo e os pomares também fazem parte dos biomas habitados por esta espécie, graças à grande abundancia de alimento. A Índia e certos pontos da China constituem um destino de Invernação dos melros.

O melro possui um regime alimentar omnívoro. Pode tanto alimentar-se de minhocas, larvas e insectos adultos como de bagas, sementes e drupas (frutos carnosos que possuem apenas um caroço de grandes dimensões, como os pêssegos). Alimenta-se principalmente no solo, onde procura por minhocas em locais ricos em húmus e sementes caídas no chão.

Como dito anteriormente, são aves bastante territoriais, independentemente do género, apenas admitindo outros indivíduos na época de reprodução. Para estabelecer o território, os melros emitem vários sons de aviso. É uma ave canora, pelo que os cânticos são uma forma de atrair as fêmeas por parte dos machos. O mesmo apenas acontece a partir do final de Janeiro e é bastante influenciado pelas condições meteorológicas. Não se ouvem melros em dias chuvosos.

As épocas de acasalamento variam em concordância com a distribuição geográfica. Os indivíduos europeus iniciam-na em Março; os asiáticos em Abril e os Australianos apenas em Agosto. O ninho é construído exclusivamente pela fêmea. Tem a forma de taça e é feito em arbustos e trepadeiras a pelo menos dois metros do chão. O número de ovos varia e os mesmos demoram vinte dias a eclodir. As crias são alimentadas por ambos os progenitores e abandonam os ninhos passadas três semanas.

O melro não se encontra em vias de extinção de momento. Ainda assim existem vários factores que podem conduzir á diminuição da população dos mesmos. Uma delas é acaçá excessiva. Por exemplo, na França foram mortas quase um milhão de aves desta espécie entre 1998 e 1999.

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